Como evolui a doença: O Alzheimer é uma doença que inexoravelmente progride. Existem casos de Alzheimer por mais de duas décadas e de pacientes com rápida evolução em apenas dois ou três anos. Muitas vezes é difícil estabelecer retrospectivamente uma data para o início dos sintomas, o que atrapalha na hora de se avaliar o tempo de progressão da doença. Sabe-se, entretanto, que uma vez estabelecido o diagnóstico do mal de Alzheimer, a expectativa de vida do paciente costuma ser ao redor de três a oito anos. O que leva o paciente ao óbito não é a doença em si, mas sim suas complicações, como acidentes, quedas com traumatismos cranianos, dificuldade em engolir, que ocasiona broncoaspiração e desnutrição, também restrição ao leito, que favorece o surgimento de infecções e escaras (úlceras de pressão). A pneumonia e a infecção urinária costumam ser os principais tipos de contaminação do paciente com Alzheimer.
Quanto mais eficientes forem os cuidados fornecidos pela família, muitas vezes com auxílio de enfermagem e fisioterapia, maior costuma ser a qualidade e o tempo de sobrevida destes pacientes. O diagnóstico definitivo da doença de Alzheimer é efetuado com biópsia do tecido cerebral, o que, por razões óbvias, é raramente realizado na prática clínica. Em mais de 90% dos casos, o diagnóstico é baseado em dados clínicos; análises de sangue e exames de imagens ajudam a descartar outras causas de demência, mas não estabelecem a descrição da doença de Alzheimer. Da mesma forma, exames de imagem, como a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada do crânio também não ajudam a concluir o diagnóstico.
Existem testes simples para documentar e acompanhar alterações da capacidade mental dos pacientes. O mais famoso e utilizado é o minimental, que é um questionário de 30 questões agrupadas em 10 seções, nas quais as seguintes características são avaliadas: Orientação espaço-temporal (capacidade de reconhecer onde está e em que data estamos). Capacidade de atenção, concentração e memória. Capacidade de abstração e realização de cálculos simples. Linguagem e percepção visual-espacial. Capacidade de seguir instruções básicas.
São critérios para o diagnóstico clínico do mal de Alzheimer: Demência atestada pelo exame clínico e por testes padronizados, como o minimental. Déficit em duas ou mais áreas cognitivas (memória, linguagem, raciocínio, concentração, juízo, pensamento, etc.). Piora progressiva dos déficits cognitivos. Início após 40 anos e antes dos 90. Ausência de outra doença neurológica ou sistêmica que cause déficits cognitivos. Os critérios acima conseguem identificar corretamente a doença de Alzheimer em até 90% dos casos. Recentemente foram descobertos alguns biomarcadores que indicam o acúmulo de proteína beta-amiloide e da proteína tau no sistema nervoso dos pacientes com Alzheimer. Esses marcadores podem ser identificados através de exame do líquido cefalorraquidiano ou por exame de imagem chamado PET (Tomografia por Emissão de Positrões).
Os biomarcadores ainda estão em fase de estudo e sozinhos não servem para estabelecer o diagnóstico. A sua presença em pacientes com quadro clínico sugestivo de Alzheimer, porém, é mais um fator que fala a favor do diagnóstico. Questão importante para familiares ou cuidadores de pacientes com Alzheimer é mantê-los afastados de atos e situações inseguras. Como muitas pessoas com demência não percebem que o seu funcionamento mental está afetado, eles tentam manter suas rotinas diárias.
Situações triviais para a maioria de nós podem ser muito perigosas para pacientes com mal de Alzheimer, como, por exemplo, dirigir automóveis, cozinhar, andar sozinho pela rua ou ir à praia sozinho. As quedas são muito comuns, por isso a casa deve ser preparada de forma a não criar “armadilhas” para o paciente, como fios pelo chão, irregularidades no piso, piso escorregadio, excesso de móveis pelo caminho, etc. Cigarro e álcool devem ser evitados. Atividades físicas supervisionadas devem ser encorajadas. Embora o conhecimento sobre a doença de Alzheimer esteja evoluindo rapidamente, não há atualmente nenhuma cura para o mal. Há, todavia, algumas medicações que podem ajudar a amenizar alguns dos sintomas da doença de Alzheimer. Medicamentos como a Donepezila, Rivastigmina e a Galantamina são chamados drogas inibidoras da colinesterase e funcionam ao aumentar os níveis de neurotransmissor chamado acetilcolina, que ajuda na comunicação entre os neurônios. Infelizmente, nem todos os pacientes apresentam alguma melhora com estes medicamentos.
A memantina é um medicamento diferente dos inibidores da colinesterase. Esta droga é mais eficaz e pode proteger o cérebro dos danos causados pelo Alzheimer, retardando a progressão dos sintomas da doença. É, por vezes, utilizada em combinação com inibidor da colinesterase para otimizar os seus efeitos. É importante ter expectativas realistas sobre os potenciais benefícios destes medicamentos. Nenhum desses remédios cura a doença de Alzheimer ou impede definitivamente o seu avanço. Quando os medicamentos funcionam, o seu grande mérito é conseguir atrasar o curso da doença, prolongando a qualidade de vida e as capacidades cognitivas do paciente. Porém, cedo ou tarde, a doença irá causar demência grave ao paciente.
OBS: Quem tiver em casa uma pessoa com esta doença é bom ter muita calma e paciência porque este mal pode afetar qualquer um de nós silenciosamente!
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