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O Jornal Minuano

O Minuano é um jornal de circulação semanal que abrange os municípios de Santa Bárbara do Sul, Saldanha Marinho e região.

História 

1. Gráfica Ipê Ltda - O inicio de uma empresa que iria marcar a história de Santa Bárbara do Sul e região

 

      O ano era 1974, um caminhão estacionava na Rua Jango Mello em frente ao prédio n° 101. Dele foram descarregados uma máquina impressora tipográfica semi-automática manual da marca Funtimod com área de impressão tamanho duplo ofício, uma guilhotina manual, uma picotadeira manual, uma perfuradora,  uma grampeadeira e um cavalete com 20 fontes de tipos. Ali começava a concretização do sonho de Hermenegildo Tonon e Francisco Maciel Cesar de Oliveira de montar uma Indústria Gráfica em Santa Bárbara do Sul. Francisco estava de aniversário naquele dia, e até brincou com Hermenegildo dizendo ser seu presente pela data. Como primeiro funcionário foi contratado João Sibirino, com 21 anos, um profissional formado no Patronato Santo Antônio de Carazinho e anteriormente funcionário da Empresa Gráfica Carazinhense. Em primeiro de outubro então iniciou-se a montagem dos equipamentos e preparação de toda a estrutura necessária para o funcionamento da nova empresa.
      Em 11 de outubro daquele ano, a Funtimod em teste imprimiu seu primeiro serviço. Era a Gráfica Ipê Ltda, que iniciava efetivamente suas atividades sob a chefia de João Sibirino. Seis meses após o início de suas atividades, diante do acúmulo de serviços, a IPÊ adquiriu mais uma máquina impressora, essa de maior produção para atender as necessidades do momento.
      Dois anos e meio após a última compra, com o desenvolvimento e crescimento do município, as máquinas existentes já não conseguiam mais atender a demanda de serviços. Foi então que Francisco Maciel, sócio-gerente, levou ao conhecimento de seu sócio Hermenegildo a necessidade de que a empresa fosse ampliada no seu setor de produção. Este satisfeito com a evolução empresarial da IPÊ, aderiu à ideia de ampliação e mais uma máquina foi adquirida, desta vez uma Catu 380 - Plana para formato ofício que na época era uma das máquinas mais modernas e de superprodução.
      Tendo reforçado setor de produção, se fazia necessário que outros setores acompanhassem a produção das máquinas impressoras. Foi aí que os sócios aproveitaram a instalação do Banco do Brasil em Santa Bárbara do Sul, já que esse financiava máquinas industriais, e deram a grande arrancada para equipar totalmente seu parque gráfico desde a composição até o acabamento final. Para isso, a Gráfica Ipê investiu em várias máquinas: Guilhotina Automática, Picotadeira Rotativa, mais de 50 fontes de tipos com cavaletes modernos e tantos outros equipamentos indispensáveis no ramo gráfico, tornando-se então uma das empresas mais competitivas do ramo na região.
      No ano de 1978, Hermenegildo Tonon transferiu-se para a cidade de Dourados/MS por interesses particulares, e Francisco Maciel sentiu que perderia um sócio de grande valia no desenvolvimento da empresa. Mas esta perda se fez sentir por pouco tempo, pois Gráfica Ipê tinha um importante cliente conhecido como um dos grandes investidores e empresário por excelência, que além de um grande amigo da direção da empresa, mantinha excelente relacionamento tanto com Francisco como com Hermenegildo com quem conviveu em sua infância. Este homem era Arcelino Ferrari, que à partir daquela data passou a ser sócio da Gráfica Ipê Ltda após ter adquirido a parte que pertenceu a seu amigo Hermenegildo através de sua empresa "A. Ferrari e Cia Ltda", estabelecida no distrito de Saldanha Marinho. 
      Era a Gráfica Ipê, tomando novos rumos.

2. O nascimento do Jornal Minuano

    Junto com a nova sociedade, através do espírito inovador e empreendedor de seus componentes, veio a concretização de uma vontade antiga: A abrangência de novos setores sem desvirtuar os objetivos principais da empresa. Neste contexto inseria-se a montagem de um setor gráfico-industrial off-set, e através dele a ativação do setor editorial, onde o objetivo antigo de editar um jornal era incluído. Para isso, era necessária uma nova arrancada que implicaria no maior investimento de todos os tempos dentro da empresa. Foi um investimento na época 6 milhões de cruzeiros, parte através de recursos próprios e outra através do Finame-Banrisul.

    O parque gráfico foi então equipado com: laboratório para seleção de cores, incluindo prensa para este fim, uma moderna máquina impressora off-set Solna 125 com capacidade para realizar a impressão de 8.000 impressos por hora em formato tablóide, além de equipamentos necessários à realização dos trabalhos. Em termos técnicos, a Gráfica Ipê ficou capacitada a atender o cliente mais exigente partindo da confecção de um simples carimbo até o mais moderno sistema de impressão em alto relevo, além de seu setor de livraria para atender no varejo as necessidades do consumidor.

     Um dos pontos altos verificados dentro da empresa, e talvez muito responsável pela ascensão da mesma, é a integração entre líderes liderados por João Sibirino que ocasionou uma ampla transformação no ambiente de trabalho onde todos somavam esforços em torno dos objetivos da empresa.

    O Setor Editorial começava a ser ativado dentro da empresa, na sua participação como sócia da EMPRESA JORNALÍSTICA MINUANO LTDA, que então lançou o Jornal Minuano.
    Dentre os depoimentos de Francisco Maciel, sempre enfático, destacava não ter sido nada fácil a empresa chegar ao patamar que chegou, falando em termos de evolução empresarial, mas que muitas vezes, mesmo com dificuldades não se titubeou na tomada de decisões no sentido de investimentos. Chiquinho,  como era mais conhecido, preferia salientar a especial participação dos ex-sócios Hermenegildo e Arcelino por também acreditarem no desenvolvimento da empresa. Detinham cotas da Empresa Jornalística Minuano, além dos sócios Francisco Maciel de Oliveira e Arcelino Ferrari, José Fernando Lírio e Paulo Fernandes Pedroso. Mais tarde com a saída dos demais sócios, Francisco, a esposa Leontina e a filha Mara passaram a ser os proprietários da mesma.

    A história do Jornal Minuano é marcada com a interrupção de sua circulação nos anos de 1984 e 1985, quando o sócio Arcelino Ferrari vendeu sua cota para a então Cotrisabal, ficando esta majoritária reativando o então o "SB" Jornal de propriedade daquela Cooperativa. Com a falência da Cotrisabal em 1986, Francisco Maciel adquiriu novamente a cota, ficando ele e sua família como únicos proprietários da Gráfica Ipê Ltda/Empresa Jornalística Minuano Ltda, reativando então o Jornal Minuano com circulação em Santa Bárbara do Sul e Saldanha Marinho.

     Pelo processo evolutivo e qualitativo, procurou-se fazer o melhor para acompanhar o mercado. Em 1993, tendo em vista a aposentadoria de Francisco Maciel Cezar de Oliveira, a Gráfica Ipê Ltda deixou de existir, tornando-se a Gráfica e Editora Minuano Ltda através de seus arrendatários João Sibirino e Luiz Antonio Barcellos.

     Em 1994, acompanhando a evolução tecnológica, aderiu-se  ao sistema de informatização da empresa através da aquisição de um computador 386 (o mais moderno da época) equipado com scanner e impressora laser de alta definição. A mega máquina era composta por um winchester 170 com 2 drives, monitor mono, e, entre outros programas de última geração, foi adquirido o Page Maker 5.0, específico para jornais, o qual oferecia opções para editoração e arte.

    Com a adoção da editoração eletrônica, a diagramação indireta no jornal foi completamente eliminada, sendo as publicidades, reportagens, entrevistas e matérias feitas diretamente nas páginas antecipadamente programadas. A partir da existência constante de novas tecnologias em informática e máquinas fotográficas digitais e computadores sofisticados, o Jornal Minuano e a Grafmil vem tentando acompanhar a evolução tecnológica, renovando seus equipamentos em todos os sentidos por entender que não se pode ficar parado no tempo devido à exigência de qualidade que os clientes exigem e que a empresa se propõe.

   A estrutura da empresa Gráfica e Editora Minuano Ltda continua de propriedade de Leontina e Mara Rejane Lírio de Oliveira. Com a saída dos demais sócios, desde setembro de 2006 a empresa é comandada pelos sócios Edi Rejane Mentz e João Sibirino, que têm sempre procurado manter os ideais da mesma. Edi e João, com o apoio das comunidades de Saldanha Marinho e Santa Bárbara do Sul, continuam administrando até os dias atuais a Gráfica e Editora Minuano Ltda/ Jornal Minuano.

    Para quem quiser saber mais sobre a história do Jornal Minuano, tanto o Museu e Arquivo Histórico Municipal de Santa Bárbara do Sul através da Administração Mário/Olívio, quanto o município de Saldanha Marinho através da Administração Alemão/Eliane, receberam volumes cuidadosamente preparados contendo todas as edições do Jornal Minuano desde a sua fundação. Esta doação de valor histórico  foi realizada com muito orgulho pela Gráfica e Editora Minuano Ltda através de Leontina e Mara Rejane Lírio de Oliveira, Edi Rejane Mentz e João Sibirino.

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